Tenho dito: não espere a deficiência chegar a sua família para começar a viver a inclusão. Vire um ativista hoje mesmo. Mostre para seu filho que as diferenças não deveriam impedir ninguém de viver uma vida plena, porque:
1. Somos todos absolutamente diferentes. Isso é o que nos faz semelhantes. A padronização faz mal a todos, seja pela busca de um ideal irreal, seja pelo preconceito em relação a quem está fora do tal padrão.

2. A pessoa com deficiência não é doente. É muito comum confundirem uma deficiência, definida pela OMS como um “impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial” com uma doença ou uma condição, algo que pode ser tratável e nem sempre permanente. Há um tom pejorativo quando uma pessoa com deficiência é tratada como “doente”.
3. Você deveria saber o que é capacitismo. Em resumo, capacitismo é a prática que consiste em conferir a pessoas com deficiência tratamento desigual (desfavorável ou exageradamente favorável), baseando-se na crença equivocada de que elas são menos aptas às tarefas da vida comum. É a forma de preconceito mais abrangente com a pessoa com deficiência.
4. Perguntar não ofende e é muito melhor do que ignorar. Todo ser humano tem curiosidade com a diferença (ainda mais em uma sociedade obcecada pelo padrão). Seu filho é uma criança e ainda não tem os filtros e preconceitos dos adultos. Seu ímpeto de perguntar sobre a diferença será maior do que o poder de censura de um adulto. Permita essa curiosidade desde que respeitosa.
5. Ninguém é coitadinho por ter uma deficiência. Já perdi a conta das vezes em que me olharam com pena ou das situações em que deixaram escapar um “tadinho…”. Deixa contar um segredo: nada demonstra mais a falta de informação ou o preconceito do que o olhar de pena para uma pessoa com deficiência. Todos temos limitações, você e eu. Todos vivemos desafios constantes. Então esqueça esse dó e nos enxergue para muito além da nossa deficiência.
6. Viver num mundo diverso facilita tudo. Podemos fazer milhares de textos sobre inclusão e diversidade, mas nada será mais efetivo e didático do que VIVER A DIVERSIDADE.
7. Algumas perguntas são necessárias: a Escola do seu filho é diversa? Seu filho brinca na pracinha com crianças com deficiência? Você convida o amiguinho com TEA para dormir na sua casa? Você é empático com pais atípicos?
Dificilmente estes fatos estão nos manuais sobre parentalidade, por isso a urgência gritante de iniciarmos este diálogo. Lembre-se: a inclusão começa em casa.