
No dia 10 de setembro, a exposição Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, em cartaz havia quase um mês no Santander Cultural, em Porto Alegre, foi cancelada. Segundo as informações oficiais, a ideia da mostra era “aproximar o público escolar das diversas linguagens de arte”. No entanto, muitas pessoas alegaram que algumas das obras eram ofensivas à religião, à família e tinham caráter confrontador de conteúdo sexual gráfico, taxados como incentivo à pedofilia e até mesmo zoofilia, o que gerou certa repulsa popular.
A exposição não tinha uma classificação etária, o que, para Fabiany Lima, mãe das gêmeas Lara e Laís, fundadora e CEO da Timokids, foi o começo do erro. “A escolha das obras, ao meu ver, tinham um teor mais polêmico do que reflexivo.” Para ela, a exposição deveria ter sido classificada com “não recomendada para menores de 18 anos” por haver obras de sexo explícito, situações sexuais complexas e/ou de forte impacto.
Por estarem em fase de formação, é importante que exista uma preocupação e um cuidado com todo tipo de conteúdo que as crianças têm contato porque podem influenciar sua emoções e seu desenvolvimento.
Para Fabiany, o contato com obras de contestação social deve vir a partir da adolescência e, de preferência, com acompanhamento de um adulto. “Nessa fase eles já tem condições de entender o contexto social e formar sua opinião livre de influências, pois seu conceito de certo e errado já está mais definido. Antes disso, as obras precisam estar adaptadas ao seu nível de entendimento e ter um acompanhamento.”
É importante introduzir temas de cunho social desde o primeiro momento ao seu filho para prepará-lo para viver em sociedade. Por meio de situações do dia a dia os pais podem apresentar o que é certo e errado, assim como orientar sobre coisas importantes como respeito ao próximo ou sexualidade.
Filmes, desenhos, livros, eventos e aplicativos podem ser utilizados para ensinar as crianças sem expô-los a conteúdos inapropriados. Por isso, a Fabiany desenvolveu o Timokids, aplicativo que ajuda a inserir o diálogo sobre assuntos mais difíceis como bullying, assédio sexual, cidadania, entre outros temas de uma forma que as crianças, de um a doze anos, possam entender e se divertir ao mesmo tempo.
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