O menor bebê do mundo, que nasceu com apenas 24 semanas em agosto de 2018, já está em casa. A cesárea foi feita com urgência depois que os médicos notaram, em um exame, que ele não crescia. O parto foi feito no Hospital Universitário Keio, em Tóquio, e o bebê que ainda não possui nome pesava, segundo os médicos, 268 gramas. Ele quebrou o recorde mundial que pertencia a um bebê alemão, nascido com apenas 272 gramas, em 2009.
A equipe médica operou o menino por acreditar que a vida dele estava em perigo. O bebê nasceu tão pequeno que cabia dentro das mãos dos médicos e precisou ficar em observação na UTI neonatal até quarta feira passada. No hospital, sua respiração e ganho de peso foram monitorados diariamente. Lá, ele ganhou forças para começar a ser amamentado.
“Eu quero que as pessoas saibam que os bebês podem voltar para casa saudáveis, mesmo se eles nascerem pequenos”, disse Takeshi Arimitsu, médico do Hospital Universitário Keio, em entrevista ao jornal japonês Kyodo News. A equipe médica deseja que a recuperação do bebê possa servir de de inspiração e esperança aos pais de crianças prematuras.
Após ficar dois meses na incubadora e mais quatro em observação, o bebê saiu do hospital com 3,2 quilos. Veja como ele está hoje:
Parto prematuro
A taxa de bebês nascidos com menos de 1 quilo é de cerca de 90% no Japão. Mas ela cai drasticamente no caso de meninos nascidos com menos 300 gramas.
O parto é considerado prematuro quando acontece entre a 20ª e a 37ª semana de gestação. O nascimento antes do tempo ocorre com mais frequência na primeira gravidez. Quem já teve o bebê antes do tempo uma vez, tem risco maior de ter outro nas mesmas condições, mas não é uma sentença. “Apesar disso, 75% das mulheres que tiveram bebês prematuros na primeira gestação terão seus filhos depois da 37ª semana na segunda”, explica Leopoldo de Oliveira Tso, pai de Gabriela e João, membro da SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo).
As últimas décadas registraram um grande aumento de nascimento de bebês prematuros. A boa notícia é que cresceu também o número de crianças que superam essa fase complicada. “Antes, cerca de 5% dos bebês sobreviviam. Hoje, 80% deles, ainda que com baixo peso, deixam o hospital saudáveis”, conta o pediatra Renato Kfouri, pai de Mariana e Luciana, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).
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