Com a chegada do outono e a queda nas temperaturas, aumenta também a atenção aos quadros respiratórios em crianças pequenas. E entre os diagnósticos mais comuns desta época do ano está a bronquiolite, uma infecção que atinge principalmente bebês e crianças de até dois anos. Apesar de ser uma condição frequente, entender os sintomas, saber quando procurar atendimento e conhecer formas de prevenção são atitudes fundamentais para identificar sintomas e conhecer formas de prevenção.
Afinal, o que é bronquiolite?
A bronquiolite é uma infecção que atinge os bronquíolos, pequenas vias aéreas dos pulmões. Ela pode começar como um simples resfriado, com sintomas como nariz entupido, coriza e tosse seca, mas em algumas crianças pode evoluir para um quadro com mais dificuldade respiratória.
De acordo com a infectologista pediátrica Carolina Brites, o acompanhamento cuidadoso é essencial: “Em 24 a 48 horas, os sintomas podem se intensificar, com sinais de cansaço, irritabilidade e dificuldade para respirar. É importante observar se a criança faz muito esforço para respirar, com o abdômen ou as costelas se movendo mais do que o normal.”
O que é VSR e qual sua relação com a bronquiolite?
O VSR, ou vírus sincicial respiratório, é um dos principais causadores da bronquiolite. É um vírus muito comum, que circula com mais frequência durante o outono e o inverno. Na maioria das vezes, provoca sintomas leves, parecidos com os de um resfriado. Mas, em algumas situações, especialmente em bebês prematuros ou com alguma condição respiratória pré-existente, o vírus pode desencadear quadros mais intensos.
Segundo dados do Ministério da Saúde, até fevereiro de 2025, foram registrados mais de 8 mil casos graves de infecções respiratórias em crianças, com 5 mortes causadas diretamente pelo VSR. Embora os números chamem atenção, o mais importante é que, com informação e cuidado, é possível reduzir riscos e proteger as crianças.

O que observar e quando procurar o médico
Além da tosse e do nariz congestionado, outros sinais que podem indicar a necessidade de avaliação médica são:
- Respiração acelerada ou com esforço
- Irritabilidade incomum
- Falta de apetite ou dificuldade para mamar
- Chiado no peito
A psicóloga Agnes Batista, mãe de duas meninas, passou recentemente por essa situação com sua filha Elisa, de 7 meses. “No começo, achei que fosse só uma gripe. Mas ela ficou quietinha demais, não quis se alimentar, e percebi que algo estava fora do normal. Quando fomos ao hospital, diagnosticaram bronquiolite, e ela precisou ficar internada por seis dias.”
Durante o tratamento, Elisa recebeu suporte respiratório e fisioterapia pulmonar. “Foi um período difícil, mas os cuidados fizeram toda a diferença. Depois disso, mudamos algumas rotinas em casa, como arejar mais os ambientes e evitar produtos com cheiros fortes.”
Cuidados simples fazem muita diferença
Prevenir a bronquiolite envolve algumas medidas bem conhecidas dos pais, mas que merecem reforço nessa época do ano:
- Lave as mãos com frequência
- Mantenha os ambientes bem ventilados
- Evite exposição a fumaça e locais fechados com muita gente
- Priorize uma boa alimentação e hidratação
- Atenção às roupas guardadas por muito tempo — vale lavar antes de usar
Hoje, também já existe vacina contra o VSR, disponível para grupos de risco como gestantes e recém-nascidos. Segundo a Dra. Brites, isso representa um avanço importante na prevenção de quadros mais graves. “É uma forma de proteger os bebês nos primeiros meses de vida, quando o risco de complicações é maior.”
Informação e acolhimento como aliados
Saber o que observar e agir com agilidade são atitudes que ajudam a evitar complicações. Ao mesmo tempo, é importante manter a calma e confiar na percepção dos cuidadores.
“Escute sua intuição”, aconselha Agnes. “Conhecer o filho é fundamental. Às vezes, o que parece só uma tosse pode ser o corpo pedindo ajuda.”