O sarampo, que muitos acreditavam estar controlado, voltou a causar preocupação em 2025. Um novo alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou um aumento impressionante de casos da doença na região das Américas: 2.318 pessoas foram infectadas até 18 de abril, número 11 vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. E o Brasil também entrou para essa lista, com cinco casos confirmados.
O sarampo não foi embora
Altamente contagioso, o sarampo é uma infecção viral que se espalha pelo ar e pode levar a complicações sérias, principalmente entre crianças e pessoas não vacinadas. A boa notícia é que existe uma vacina segura e eficaz para evitá-lo — mas o problema começa justamente aí. De acordo com a OMS, em 2023, mais de 22 milhões de crianças no mundo inteiro não receberam sequer a primeira dose do imunizante. Esse cenário contribuiu para um aumento global dos casos da doença em 2024 e criou uma brecha perigosa para o vírus circular novamente, especialmente entre viajantes não vacinados que se deslocam entre países.
América do Norte lidera os números
O maior número de casos em 2025 foi registrado no Canadá, com 1.069 pessoas infectadas — superando os 177 registros do ano anterior. Segundo a OMS, trata-se da maior contagem anual de infecções desde que o país declarou a eliminação do sarampo, em 1998. Um único caso importado desencadeou um surto em uma região com baixa cobertura vacinal, após uma reunião com participantes de vários países. O resultado? 83% dos infectados vieram desse único evento. E a maioria, 84%, não estava vacinada.
Nos Estados Unidos, foram 800 casos em 25 estados e duas mortes confirmadas. Dez surtos foram identificados, sendo os maiores localizados no Texas, Novo México e Oklahoma, responsáveis por 82% dos infectados no país. A maioria dos casos foram em pessoas não vacinadas e 11% dos pacientes precisaram ser hospitalizados.

América Latina também entra no radar
O México já registrou 421 casos em 2025, com uma morte. A Argentina teve 21, e Belize, dois. Por aqui, no Brasil, foram apenas cinco casos até agora — mas isso não significa que dá para relaxar. Um dos casos mais recentes foi confirmado em São Paulo: um homem de 31 anos, vacinado, que não teve complicações. Outros dois registros ocorreram no Rio de Janeiro, em crianças com menos de um ano e sem histórico de vacinação. Além disso, dois adultos infectados no Distrito Federal e no Rio Grande do Sul tinham viajado recentemente ao exterior, o que fez com que esses casos fossem considerados importados.
Situação do Brasil ainda está sob controle
A OMS reforça que os casos detectados até agora não colocam em risco o certificado de eliminação do sarampo que o Brasil reconquistou em 2024. Para que o país perca esse status novamente, seria necessário haver surtos contínuos com circulação da mesma variante do vírus por mais de um ano. Por enquanto, isso não aconteceu — mas os sinais de alerta estão ligados.
O risco está no ar — literalmente
A organização internacional classifica o risco atual nas Américas como alto. Isso porque, com a queda na vacinação, o vírus encontra um terreno fértil para se espalhar. E como ele é transmitido pelo ar, basta que uma pessoa infectada circule por um ambiente fechado para que outras, não vacinadas, sejam expostas.
O cenário reforça a importância da vacinação em dia. O esquema vacinal completo contra o sarampo exige duas doses, normalmente aplicadas durante a infância, mas também disponíveis para adolescentes e adultos que ainda não tomaram ou que não têm certeza sobre seu histórico vacinal. A prevenção, nesse caso, é a melhor arma — e está ao alcance de todos.
Fique de olho e proteja sua família
Diante do aumento expressivo dos casos em 2025, a principal recomendação continua sendo verificar a carteira de vacinação de todos em casa. Mesmo que os números ainda sejam baixos no Brasil, a circulação global do vírus faz com que ele possa chegar a qualquer lugar.
O sarampo pode até parecer uma doença do passado, mas a realidade mostra que ele está mais presente do que nunca. E, diferentemente de muitos desafios da saúde, esse é um que podemos evitar com um gesto simples: vacina no braço e proteção garantida. Afinal, quando se trata da saúde dos filhos e de toda a família, não dá para vacilar.