Quando o outono chega, trazendo aquele friozinho gostoso e as tardes mais secas, a gente já sabe: as doenças respiratórias aparecem com força total. E entre todos os vírus que circulam nessa época, tem um que merece atenção especial: o Vírus Sincicial Respiratório, o famoso VSR.
Segundo a infectologista Lessandra Michelin, líder médica de vacinas VSR da GSK, o VSR é bem conhecido por quem tem crianças pequenas em casa, já que é um dos principais causadores da bronquiolite. O vírus também é perigoso para quem tem 60 anos ou mais, principalmente se tiver alguma condição crônica de saúde, como diabetes, asma ou problemas no coração.
O que é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR)?
O VSR é um vírus super comum que ataca o trato respiratório — ou seja, do nariz até os pulmões. Ele adora fazer vítimas nas pontas da vida: crianças pequenas e idosos.
“Em crianças, ele é conhecido por causar bronquiolite. Já nos idosos, provoca sintomas parecidos com um resfriado, mas pode evoluir para doenças mais graves, como pneumonia, e até mesmo levar a óbito”, alerta Lessandra Michelin.
Quais são os principais sintomas?
Os sintomas podem enganar. Parece uma gripe ou até COVID-19: coriza, tosse, febre, dor de garganta, dor de cabeça e aquele mal-estar clássico. “A maioria dos adultos apresenta infecção leve, mas alguns podem desenvolver doenças graves, como pneumonia. E o VSR pode ainda agravar doenças crônicas já existentes”, explica a médica.
Então, se você ou alguém da família sentir esses sintomas, principalmente quem tem mais de 60 anos, atenção redobrada.
Como o VSR é transmitido?
O VSR é espalhado pelas gotículas de saliva que voam quando falamos, tossimos ou espirramos. E também por superfícies contaminadas — sim, aquele brinquedo do parquinho pode ser um vilão.
“Crianças pequenas são frequentemente expostas ao VSR em creches, escolas e festas, podendo levar o vírus para casa e transmitir para pais e avós”, lembra Lessandra. Segundo pesquisas, crianças em idade escolar são responsáveis por até 73% das infecções domiciliares.
Por que o VSR é mais grave para quem tem 60 anos ou mais?
Com o passar dos anos, o nosso sistema imunológico perde força. E, se junto disso vierem doenças crônicas como diabetes, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) ou insuficiência cardíaca, o perigo dobra.
“A infecção pode causar piora de doenças pulmonares ou pneumonia, podendo até levar ao óbito”, explica a infectologista.
No Brasil, entre 2020 e 2022, mais de 30 mil casos de VSR foram registrados entre idosos, com uma taxa de letalidade preocupante.

Quem tem comorbidades corre ainda mais risco
Pessoas com doenças como DPOC têm até 13 vezes mais chance de serem hospitalizadas por VSR. Quem tem diabetes, por exemplo, corre 6,4 vezes mais risco, e portadores de insuficiência cardíaca até 7,6 vezes.
Esses números mostram que não é exagero ficar atento!
Como é feito o diagnóstico do VSR?
Apesar de o diagnóstico ser, na maioria das vezes, clínico, a confirmação vem com exames laboratoriais, como testes rápidos ou PCR. O problema é que, como os sintomas parecem com um resfriado, muitos adultos nem chegam a ser testados e o vírus passa despercebido.
Existe tratamento para o VSR?
Não existe um tratamento específico para o VSR. A maioria das pessoas se recupera em cerca de uma semana. Mas para quem tem 60 anos ou mais, essa recuperação pode ser mais lenta e trazer impactos de longo prazo, como dificuldades para realizar atividades do dia a dia.
“Por isso, é fundamental conhecer a doença e procurar um médico se surgirem sintomas respiratórios”, orienta Lessandra Michelin.
Quando é hora de procurar um médico?
Se a pessoa apresentar falta de ar, dificuldade ou dor para respirar, febre persistente, falta de apetite ou mal-estar generalizado, é hora de ir para o atendimento médico. Quanto antes o diagnóstico, melhor a recuperação.
Dá para pegar VSR mais de uma vez?
Infelizmente, sim. A imunidade contra o VSR não dura muito. Então, mesmo quem já teve a doença pode ser reinfectado ao longo da vida.
Como prevenir o VSR?
A melhor maneira de se proteger é a vacinação! A Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) recomendam a vacina para grupos de risco.
Além disso, seguem aquelas dicas clássicas que fazem toda a diferença:
- Lave as mãos com frequência
- Evite tocar olhos, nariz e boca
- Cubra a boca e o nariz ao tossir ou espirrar
- Mantenha distância de pessoas doentes
- Limpe bem as superfícies de uso comum
- E, se estiver doente, fique em casa!