Mais da metade das crianças começaram a andar entre 1 ano e 1 ano e 3 meses (53,5%), de acordo com a enquete realizada na nossa fanpage do Facebook com 200 mães – 27,5% são meninos e 26% são meninas.
Cerca de 40% andou antes de completar o primeiro ano, entre 8 e 10 meses, sendo 21% meninos e 19% meninas. Ou seja, os meninos aparecem na enquete como os mais rapidinhos, mas a diferença é muito pequena e não há estatísticas que comprovem. Independente do gênero, cada criança tem seu ritmo.
Para as internautas, os pais também influenciam nesta fase. “Acho que não tem essa de menino e menina. Devemos estimular nossos filhos, mas tem que ser no ritmo deles”, escreveu Nathalie Marcella.
“Cada criança tem seu tempo, o que podemos fazer é proporcionar um ambiente que favorece estímulos para o filho adquirir mais segurança”, disse Cristina Godoy. E Izabel Vicente lembra dos pais mais inseguros. “Os que prendem muito os filhos demoram mais, os que têm mais liberdade andam mais cedo”, acredita.
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O que dizem os especialistas
É normal a criança começar a andar em torno de um ano. E a margem é exatamente o que a nossa enquete revelou: varia entre 9 meses e 1 ano e 4 meses.
Anna Chiesa, enfermeira especialista em desenvolvimento infantil e consultora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, mãe de Mariana, Bruno e Gustavo, diz que prever a idade em que a criança vai começar a andar não é fácil, mas que depois dos 15 meses de idade, se ela ainda não apresentou evolução e parece estar longe de começar, o ideal é consultar o pediatra. “Tudo depende da estimulação anterior que a criança recebeu e se as etapas do desenvolvimento foram respeitadas”, diz.
Esse processo é natural, por isso não precisa estimular demais. “As crianças irão andar mesmo sem estímulo específico, é uma função básica e faz parte do desenvolvimento motor normal. Assim que começam, o aperfeiçoamento é bem rápido”, diz o pediatra Claudio Len, pai de Fernando, Beatriz e Sílvia. O ideal é respeitar o ritmo da criança e apenas incentivá-la.
Existem alguns estímulos que podem contribuir para o seu filho se soltar naturalmente. Colocar a criança debruçada vai ajudar na tonificação muscular, assim como engatinhar e se arrastar. Outra coisa que contribui é deixar o bebê no chão, rodeado de almofadas, mas com brinquedos por perto para que ele tente alcançar o que quer.
“Aos poucos a criança se firma no antebraço e pode levantar o tronco. E para ficar em pé é necessário o mesmo tônus muscular anterior e posterior. Quando brinca com o pé, ela forma uma alavanca para ficar de lado, o que trabalha o tônus do organismo como um todo”, diz Anna Chiesa.
Meninos X Meninas
Quanto à diferença na hora de andar entre meninos e meninas, realmente não existe uma regra. “Do ponto de vista científico não temos essa comprovação. Às vezes temos experiências na família em que meninas vão andar mais rápido, mas não significa que o menino está atrasado. Vai depender muito do ambiente”, diz Anna.
Esqueça o andador, ele não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Além de não ajudar a criança a andar, é perigoso, já que pode ser responsável por quedas. Nele, a criança não se exercita e não cria a percepção de espaço. O melhor é não forçar – ela vai andar quando chegar a hora.
Se o seu filho cair ou levar qualquer susto quando estiver aprendendo a andar, não se preocupe, é normal. Mais cedo ou mais tarde, ele vai aprender. É só ter paciência.
Consultoria:
Anna Chiesa, enfermeira especialista em desenvolvimento infantil e consultora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, mãe de Mariana, Bruno e Gustavo.
Claudio Len, pediatra da clínica Len, consultor da Pais&Filhos, pai de Fernando, Beatriz e Sílvia.