Cinthia Calsinki é mãe de Matheus, Bianca e Carolina. Foi a maternidade que trouxe a realização profissional para ela, que é enfermeira obstetra com graduação, mestrado e doutorado pela Unifesp. Todo mês ela traz um tema diferente sobre amamentação, dessa vez vamos falar sobre amamentação de gêmeos.
“Amamento gêmeos exclusivamente há 3 meses. Às vezes faço com os dois bebês juntos, mas prefiro individualmente, pois assim consigo controlar a pega. Anoto a hora e peito de cada mamada e pra não ter choro, antecipo quando estão ficando com fome” MARY QUINTINO, mãe de João, Joaquim, Vicente e Mariah.
“Consegui amamentar meus gêmeos durante 20 meses, sendo 6 apenas de leite materno. Parece que existe uma sincronia. Eu nunca consegui amamentar os dois ao mesmo tempo, mas eles ‘esperavam’ a vez deles de mamar e não choravam ao mesmo tempo” GISELE LUZ, mãe de Henri e Luca.
“Minha maior dúvida no primeiro mês de vida dos meus filhos era saber se o choro era realmente de fome. Depois aprendi que o peito não é só alimento. Ele acalenta, dá afeto, acalma e ajudar a dormir. A amamentação é uma das melhores coisas da maternidade” CAROLINA LAURIANO, mãe de Marina e João.
Muitas vezes a amamentação exclusiva de gêmeos é vista como impraticável, mas não é! O preparo começa ainda na gestação com informações gerais e específicas para gemelares. Estar bem preparada gera segurança para enfrentar as situações que estão por vir.
Nos primeiros dias tanto a mãe como seus bebês estão aprendendo e se adaptando à amamentação. E por isso é importante que cada bebê tenha sua mamada sozinho, mas tão logo a amamentação esteja fluindo para ambos, amamentar de uma só vez torna a rotina da família melhor e é perfeitamente possível alimentar gêmeos somente com leite materno.
Mas, para isso, é preciso organização e empenho de todos para que a rotina da casa aconteça e a mãe possa se dedicar aos bebês. Tenha uma rede de apoio e anote dados como hora da mamada, xixi etc. É importante rodiziar os bebês e as mamas a cada 24 horas ou a cada mamada, visto que cada bebê estimula a mama de uma maneira (em questões de força, tempo e musculatura).
Vale também pela experiência sensorial deles (olho que vê a mãe, como o corpo toca o corpo da mãe, ouvido que “ouve” o ambiente e ouvido que “ouve” o interior do corpo da mãe, etc.). Como a produção de leite nesse caso é maior, a mulher deve evitar longos períodos sem amamentar porque o risco de empedrar ou desenvolver uma mastite aumenta.
Não há dúvidas que esse é um desafio maior, afinal, cuidar de dois e garantir a individualidade de cada um não é fácil. Então, toda ajuda é bem-vinda!
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