Uma mãe ficou 17 anis em cárcere privado com os seus dois filhos e ela conta que o sonho dela é conhecer o mar. Após o natal, a mulher de 41 anos, foi presa pelo próprio companheiro dela. Agora que ela finalmente conseguiu se soltar, ela tem diversos planos para colocar em prática e aproveitar a liberdade com os filhos.
” Eu nunca fui à praia. Nem eu, nem meus filhos. Quando eu era adolescente, eu não saía da comunidade (na Zona Oeste). Minha família não deixava. Só saí para pagode, porque era pertinho de casa e uma prima ia comigo. Agora eu gostaria muito de conhecer o mar com meus filhos. Só vi o mar pela TV”, relata a vítima em entrevista ao portal O Globo.
No aniversário da mãe, dia 18 de dezembro, a família realizou uma surpresa especial para ela. Além de comemorarem o reencontro e a casa nova dela, que tem churrasqueara e uma piscina de plástico no quintal, e até colocaram a música preferida dela. ” Colocaram a música do “É o Tchan” para eu dançar. Fiquei tão feliz! Não tinha ideia se ainda sabia dançar. Agora falta conhecer o mar”, contou a mulher.
Entre os desejos da mulher está a vontade dela e conseguir matricular os filhos em uma escola, pois agora eles já tem 20 anos e ela diz que está encontrar um instituição que os aceite com suas dificuldades, porém ela ainda tem esperanças que um dia os filhos vão conseguir retomar os estudos deles. ”É o meu sonho vê-los estudar. Eu também quero voltar (para a escola). Quero terminar o meu segundo grau e fazer vestibular para enfermagem, para saber cuidar melhor dos meus filhos. Também quero aprender a mexer no computador. Eu não perdi as esperanças ainda”.
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O carceiro Luiz Antonio Santos Silva, manteve a família trancada por por 17 anos numa casa inacabada, de tijolos à mostra e piso de chão batido, em Guaratiba, na Zona Oeste. Em agosto de 2022, uma fonte anónima denunciou o crime para polícia militar e a família resgatada. Os jovens se encontravam desnutridos, com cerca de 20 quilos cada.
Ao ser preso, Santos Silva afirmou aos PMs que os filhos tinham deficiência e que os manteve trancados para protegê-los. Antonio ainda está preso, aguardando o julgamento. Ela relembra que, na época que eram reféns, ninguém dormia à noite, porque ele amarrava as crianças na cama e, como os nós eram apertados, as mãos inchavam. Quando ela afrouxava os nós, ele batia nela e nos jovens, que apanhavam desde crianças.
A mãe relatou também que embora se recusasse a ter relações sexuais com ele, Santos Silva a obrigava, o que caracteriza estupro. Apesar das surras, ela conta que tentou fugir do cativeiro várias vezes. Ele a ameaçava dizendo que iria matá-la, caso o abandonasse. Só conseguiu fugir, conta ela, porque escreveu um bilhete pedindo por socorro. Ela conseguiu passar por um buraco, que fez na parede, o pedaço de papel enrolado, que caiu no quintal de uma vizinha.
