Três anos depois do rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, outra tragédia aconteceu. Na sexta-feira (25), na cidade de Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, outra barragem da mineradora Vale se rompeu causando o desaparecimento de mais de 290 pessoas, danos irreparáveis na natureza local e muita dor as famílias que perderam suas casas e entes queridos.
A mobilização para ajudar os moradores da cidade está vindo de todos os cantos do país: médicos, advogados, psicólogos e veterinários se juntaram em grupos para poder prestar serviços aqueles que foram afetados pelo rompimento da barragem de Mina do Feijão. Até o final da noite de ontem, de acordo com a defesa cívil, apenas 19 dos 60 mortos confirmados haviam sido identificados.
Um grupo de amigos da capital da Minas Gerais, chegaram em Brumadinho na manhã de domingo (27). Eles ajudaram a retirar famílias que moravam as margens dos rios e corriam risco de vida. Mais tarde, depois da fiscalização da barragem, a Defesa Civil informou que não havia mais perigo e cancelou a evacuação.
“Não podíamos ver isso tudo pela televisão e apenas aguardar as próximas notícias. Moramos perto e é a nossa obrigação ajudar aqueles que precisam. Encontramos famílias que perderam tudo, que estão só com a roupa do corpo. Não vejo como um trabalho voluntario: trata-se de um ato de humanidade e amor ao próximo”, explicou o advogado Thiago Calixto.
Ilma Cândida dos Reis, servidora da prefeitura de Brumadinho, ajudou a levar os moradores que perderam sua casa para um dos pontos de apoio da cidade, a Unidade Básica de Saúde Parque da Cachoeira. “Fizemos os cadastros das famílias e fornecemos atendimento médico e alimentação para todos. A nossa prioridade é fazer com que a barragem não faça mais vítimas”, disse.
Além do mutirão de solidariedade formado para buscar sobreviventes, outro grupo se formou com a intenção de socorrer os animais atingidos pela tragédia. A advogada Bárbara Peixoto saiu de Belo Horizonte junto com 10 amigos para prestar assistência a cachorros, gatos e outros bichos feridos ou perdidos dos donos. “Alguns moradores abandonaram as casas com os animais dentro. Outros ficaram desaparecidos em meio ao entulho. Estamos resgatando, dando água, ração e procurando novos abrigos para eles“, falou.
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