
Médico do departamento Materno-Infantil do Hospital Albert Einstein, dr. Claudio Len é pai de Fernando, Beatriz e Silvia, e é nosso braço direito quando surge alguma dúvida sobre a saúde do seu filho. O assunto do mês é rinite!
Essa é uma doença alérgica que acomete a mucosa nasal. Ao lado da asma ou bronquite alérgica, é causa importante de consultas em todas as faixas etárias. Os sintomas são bem específicos, como a obstrução nasal, coriza, espirros e coceira no nariz.
Muito frequente, costuma ter um impacto significativo na qualidade de vida, uma vez que compromete o sono por atrapalhar a respiração. Em alguns casos, há a associação com doenças infecciosas, como a sinusite bacteriana, com aparecimento de febre, tosse e a eliminação de secreção amarela ou esverdeada. Pode acontecer da rinite melhorar ao longo da vida, mas para alguns pacientes a doença pode ser recorrente ou persistente.
O melhor tratamento é o preventivo, com mudanças no ambiente, que geralmente é rico em poeira, ácaros, fungos e outros inalantes, como perfumes e fumaça de cigarro. Aliás, a chance de doenças alérgicas das vias aéreas aumenta em até 20 vezes em famílias com indivíduos fumantes – fica aqui o alerta para os pais! Felizmente atualmente dispomos de alguns medicamentos seguros que são capazes de controlar a resposta alérgica, que pode ser leve ou intensa.
A vacina é realmente eficaz? Como funciona? E qual a diferença entre rinite e sinusite? (Bruna Freitas, mãe de Lis)
O uso das vacinas, também chamado de imunoterapia, é indicado nos casos que não respondem bem às medidas de controle ambiental e ao tratamento medicamentoso. Os mais beneficiados por esse método são pacientes com alergia a ácaros. O tratamento pelas vacinas pode ser iniciado aos 5 anos, devendo ser mantido durante 3 anos no mínimo. Quanto à comparação da rinite com a sinusite, sabemos que a primeira tem um fundo puramente alérgico, enquanto a segunda é causada e perpetuada por microrganismos, em especial bactérias.
Tenho um bebê de dois meses e o pai tem a alergia. Com qual idade é possível saber se nosso filho tem também? Qual seria o tratamento? (Aline Parra, mãe de Guilherme)
A rinite pode aparecer já no primeiro ano de vida. No entanto, os sintomas costumam iniciar a partir de 1 ou 2 anos, quando o diagnóstico clínico pode ser feito. Os exames de sangue e testes cutâneos podem ajudar na descoberta do agente desencadeador. Infelizmente não há um tratamento definitivo, mas o controle ambiental (eliminação de focos de ácaros, fungos, entre outros) aliado ao tratamento medicamentoso, com remédios intranasais e via oral, costuma resultar em alívio significativo dos sintomas.
Minha filha de seis anos tem rinite e o pai dela também. A alergia pode ser hereditária? Tem cura? (Lucélia Moraes, mãe de Luiza)
Sim, estudos epidemiológicos mostram que o caráter hereditário é marcante, e as chances da doença aumentam quando os pais são alérgicos. A rinite não tem cura definitiva, mas pode ser controlada com medidas ambientais e pelo uso de medicamentos específicos e seguros. Ou seja, a rinite não tem cura, mas podemos colocar os sintomas “para dormir”. Os pais de crianças com rinite sabem que há períodos de melhora e piora, e que a rinite deve ser tratada nos períodos de exacerbação dos sintomas e entre as crises (tratamento profilático).
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