Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, que perdeu a vida no dia 8 de março, vai permanecer em isolamento na cadeia mesmo após cumprir a quarentena de 14 dias, em obediência ao protocolo de covid-19. Isso porque o RJ1 apurou que ela não vai ser bem aceita pelas outras detentas no Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói.
Tanto ela quanto o namorado, Dr. Jairinho, foram presos na manhã da última quinta-feira 8 de abril. Eles estão sendo acusados por homicídio duplamente qualificado e tortura do menino de 4 anos de idade. Os dois negam o crime e dizem que não há nada a ser escondido.
O espaço tem seis metros quadrados, nele há um beliche com colchonetes, onde podem ser guardados produtos de higiene. Em uma das laterais tem uma pia, um vaso sanitário e um chuveiro de água fria. Já Dr. Jairinho está preso em Bangu 8, onde também estão políticos condenados por corrupção.
O vereador também vai passar 14 dias afastado para seguir o protocolo de prevenção ao novo coronavírus. No entanto, ainda não há informações se Jairinho dividiria cela com outro detento ao fim desse prazo ou se se também ficaria em isolamento.
Saiba quem é Monique Medeiros
Com o celular apreendido pela polícia no dia 26 de março, os investigadores descobriram que, no dia em que prestou depoimento sobre a morte do filho, ela escolheu a roupa e o penteado que ia usar para ir à delegacia. Uma foto encontrada no telefone mostra Monique de preto, com o cabelo solto e um acessório dourado na cabeça.
No entanto, na delegacia ela apareceu com o cabelo preso, roupa toda branca e nenhum acessório. Dentro da delegacia ela fez mais uma selfie, sorrindo e com pose relaxada, com os pés em cima de uma cadeira.
Não só, mas no dia seguinte ao enterro do filho, a Polícia Civil descobriu que Monique foi a um salão de beleza fazer pedicure, manicure e escovar o cabelo, onde gastou R$ 240. Mensagens encontradas no aparelho da professora também mostram que Monique continuou a cuidar da aparência quando voltou a morar com a mãe, em Bangu.
Entenda o caso Henry
Henry Borel, segundo o G1, não resistiu na madrugada da segunda-feira, 8 de março, na Barra de Tijuca, Zona Oeste do Rio. No dia, o menino estava na casa da mãe, Monique Medeiros da Costa Almeida, e do padrasto, o vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
No laudo médico é relatado que a criança já deu entrada no hospital sem vida, sendo a causa uma hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente. A criança apresentava:
- Múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores;
- Infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, na região parietal direita e occipital, ou seja, na parte da frente, lateral posterior da cabeça;
- Edemas no encéfalo;
- Grande quantidade de sangue no abdômen;
- Contusão no rim à direita;
- Trauma com contusão pulmonar;
- Laceração hepática (no fígado);
- Hemorragia retroperitoneal.
O pai, no depoimento, contou que recebeu uma ligação de Monique às 4h30 pedindo que ele fosse até o Hospital Barra D’Or, porque o filho não estava respirando. Ela contou a Leniel que fez respiração boca-a-boca em uma tentativa de reanimar a criança.
As médicas que atenderam o menino no hospital também foram ouvidas pela polícia e as três pediatras garantiram que Henry chegou sem vida ao local. A mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, vereador Dr. Jairinho, também realizaram os depoimentos e houve divergências entre eles.