Não é novidade que o caminho até uma gestação pode ser repleto de altos e baixos, principalmente para quem passa pela Fertilização In Vitro (FIV). Mariana Rios, atriz e apresentadora, tem falado abertamente sobre seu processo para engravidar. Em um relato recente nas redes sociais, ela desabafou sobre mais uma tentativa que não deu certo.
“Todo o processo que eu fiz até aqui foi jogado fora”, contou Mariana ao compartilhar que, infelizmente, nenhum dos nove embriões se desenvolveu como o esperado. Mas, segundo especialistas, essa é uma realidade mais comum do que se imagina.
Por que os embriões não se desenvolvem?
O Dr. Rodrigo Rosa, pai de Giovanna e Rafael, colunista da Pais&Filhos, ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana, explica que tudo começa com a qualidade do embrião. E, para formar um bom embrião, é preciso um bom óvulo e um bom espermatozoide.
“Mesmo assim, bons embriões podem não implantar”, destaca o médico. “Há limitações na própria técnica da FIV. Quanto mais óvulos forem coletados, maiores as chances de conseguir um bom embrião. E quanto mais bons embriões houver, maior a chance de se ter um bebê.”
Ou seja: não é um processo exato. Há muitas variáveis envolvidas e, infelizmente, o sucesso pode não vir logo de primeira.
Persistir é a chave
Segundo o Dr. Rodrigo, o grande segredo da FIV é insistir. “Quanto mais vezes tentar, maior a chance de conseguir”, afirma. Para ilustrar, ele dá um exemplo prático: se 100 casais têm 40% de chance de engravidar, 40 conseguirão de primeira. Dos 60 restantes, 40% vão engravidar na segunda tentativa. No final, a taxa cumulativa de sucesso sobe para 64%.
Não há um número máximo exato de tentativas. “O estímulo hormonal usado para coletar os óvulos não aumenta o risco de câncer ou outras complicações. O limite é individual, baseado em questões físicas, emocionais e, claro, financeiras”, destaca o especialista.
Nas redes sociais, o desabafo de Mariana Rios gerou uma onda de apoio entre mulheres que passam por situações semelhantes. Muitos comentários destacaram experiências parecidas e a importância de falar abertamente sobre os desafios da fertilização in vitro. Nesse contexto, a atriz também compartilhou um vídeo em que fala sobre o resultado da última tentativa. O registro ajuda a dar ainda mais visibilidade ao tema e reforça como a troca de experiências pode fazer diferença. Assista:
O que pode aumentar as chances de sucesso?
Além da persistência, o médico reforça a importância de alguns cuidados que podem fazer toda a diferença no processo:
- Alimentação equilibrada
- Exercícios físicos regulares (quando autorizados pelo médico)
- Evitar álcool e cigarro
- Suplementação adequada para prevenir deficiências nutricionais
- Escolha de uma clínica com boa estrutura e tecnologia de ponta
Tudo isso contribui para um ambiente mais favorável ao sucesso do tratamento.
Quando é hora de considerar óvulos doados?
Nem sempre a falha no tratamento está ligada ao procedimento em si. A idade da mulher, por exemplo, impacta diretamente na qualidade dos óvulos. E em alguns casos, pode ser necessário considerar o uso de óvulos doados.
“Isso aumenta bastante as chances de sucesso. E, quando o problema está no fator masculino, o uso de sêmen de doador também pode ser uma alternativa viável”, explica o Dr. Rodrigo Rosa.
Há ainda situações mais raras, como problemas no útero que impedem a gestação. Nesses casos, o médico explica que a opção pode ser o útero de substituição — a famosa barriga solidária.
O sonho continua
O recado final é claro: mesmo quando parece que tudo deu errado, ainda há caminhos possíveis. A medicina reprodutiva tem avançado muito e oferece alternativas para diferentes situações.
Como o próprio Dr. Rodrigo resume: “Essas são as formas que a medicina tem para ajudar o casal a realizar o sonho de ter um filho. Seja com material genético próprio, gametas doados ou útero de substituição, o importante é não desistir”.