Está lá a moça pesquisando vestido para casar. Tudo muito lindo, muito claro e muito os olhos da cara. Mesmo quem nunca sonhou com o altar, vai se apegando àquele universo meio conto de fadas.
Mas, e quando a noiva engravida no meio do processo? Comigo aconteceu justamente isso. Teoricamente dá pra disfarçar, não que eu não quisesse que os outros soubessem ou sentisse vergonha de ter feito sexo. É isso que os adultos fazem, não? Pelo menos é o que eu falo pras minhas filhas. E até faço quando elas não estão por perto, ou seja, de vez em nunca.
Grávida, contava para todo mundo. “A conta, por favor! Sabia que eu estou grávida? vai ser uma menina e blá-blá-blá”. O lance é que a gravidez compromete as linhas dos cortes da maioria dos vestidos de noiva. E isso me preocupava.
Claro que existem opções para gestantes. É sabido que muitas mulheres casam grávidas e isso não é, de forma alguma, ruim. Significa que uma família está ali prontinha para começar. É um test drive completo. Casa, filho e vida real já nos primeiros capítulos do matrimônio.
O que a gente mais vê, no entanto, são vestidos adaptados, enjambrados. Tá faltando no mercado lojas segmentadas, com categorias por fases. “Já fez o exame da translucência nucal, senhora?”, perguntariam as vendedoras, não sem antes conferir a data do casório e fazer os cálculos sobre a possível circunferência da pança no dia do rega-bofe, para então arrastar a cliente para o setor certo.
Eu casei com quatro meses, lá pelas 16 semanas. Não tinha ainda uma barrigona, só havia perdido a cintura. Mas, o enjôo da gravidez estava estampado na minha cara e na minha alma. Fiquei tão mareada da vida que decidi casar com um vestido longo de malha, que não me apertasse. A maquiagem, no entanto, estava tão profissional que meu marido quase não me reconheceu no cartório. Disse que parecia a Julia Roberts. Fiquei pensativa.
O cartório também foi um paliativo à igreja. Mais adequado às nossas finanças e à minha falta de convicções religiosas. No final, deu tudo certo. Essa mudança no vestido e na cerimônia de casamento foi apenas o começo da grande transformação que aquela barriguinha operou na minha vida. A menor delas, talvez. E a mais sem graça.
Dicas de estilo e moda:
-A malha não é o primeiro material que vem à mente quando falamos em vestido de noiva, mas pode ser bem-vindo para um casamento no cartório, pois é um ótimo aliado para a silhueta em transformação de uma noiva grávida. Afinal, tem muito vestido horroroso de renda francesa, e muito vestido maravilhoso feito de malha.
-Nem tente esconder. A barriga está ali. Pequena, grande, não importa. Tem um bebê ali dentro. Usar cintas para achatar a barriga ou criar uma cintura no corpo pode ser prejudicial, e vamos combinar, extremamente desconfortável.
-Na igreja, dispense vestidos com caudas, bordados pesados e corsets. Além da barriga, os seios aumentam, então cuide para não exagerar no decote e poder se movimentar sem medo. Esqueça os super saltos e opte por sapatos com salto bloco ou até flats. Lembre-se, a palavra de ordem aqui é conforto!
-Além do vestido de malha que agarra o corpo (para cerimônias mais informais) e evidencia a barriguinha, sugerimos o corte império, aquele que desloca a cintura para a linha abaixo do busto. O mais importante, independente do tecido ou da silhueta escolhida é você escolher algo que represente o seu estilo e que você se sinta LINDA.
*Colaboradoras: Bruna holderbaun e Milena faé.
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