Checar a respiração do bebê durante a noite é uma cena comum na rotina de quem acabou de se tornar mãe ou pai: você se levanta várias vezes durante a madrugada só para verificar se o bebê está respirando direito. Pode ficar tranquilo, isso é absolutamente normal e acontece com quase todo mundo. A preocupação faz parte desse novo papel que você está assumindo.
No entanto, essa vigilância constante pode deixar você exausto e até mesmo incomodar o sono do bebê, principalmente se você precisar mexer nele toda vez que se aproxima para checar. Ainda assim, se isso traz um pouco de paz, tudo bem. Com o tempo, essa necessidade de verificar a respiração vai diminuindo, à medida que a confiança e a experiência aumentam.
A respiração do bebê muda bastante
Os recém-nascidos respiram de forma diferente dos adultos. Eles alternam entre períodos de respiração mais acelerada e pausas breves, o que pode assustar, mas é absolutamente esperado. Às vezes, essas pausas duram até 5 segundos. Depois disso, a respiração recomeça normalmente. Durante os primeiros meses de vida, essa irregularidade vai aos poucos dando lugar a um ritmo mais constante, com eventuais suspiros ao longo do sono.
Logo após as mamadas, por exemplo, é comum que a respiração fique mais rápida, especialmente com a barriga cheia. Mas não demora para o ritmo se normalizar novamente, conforme o leite vai sendo digerido.
Como observar se está tudo bem
Quer uma maneira simples e eficaz de verificar a respiração do seu bebê sem estresse? Use seus sentidos:
- Ouça: aproxime o ouvido da boca do bebê e perceba o som da respiração.
- Olhe: observe se o peito dele sobe e desce de maneira constante.
- Sinta: encoste levemente sua bochecha perto do nariz e da boca do bebê e perceba o ar saindo.

Equipamentos ajudam ou atrapalham?
Muitos pais recorrem a babás eletrônicas e monitores de respiração na tentativa de dormir mais tranquilos. No entanto, o excesso de alertas e falsos alarmes pode causar ainda mais ansiedade. Esses aparelhos devem ser usados apenas com recomendação médica, em casos específicos, como monitoramento de apneia.
Barulhos ao dormir: quando se preocupar
Roncos leves, grunhidos ou respiração ruidosa geralmente não são sinais de problema. Na primeira consulta médica, o pediatra vai ouvir com atenção os pulmões e o coração do bebê. Em casos de resfriado ou secreção nasal, o soro fisiológico pode ajudar bastante.
Mas se o bebê estiver com dificuldade para respirar, usando muita força para puxar o ar, com respiração ofegante, barulhos agudos ou coloração azulada na pele, é hora de procurar atendimento médico imediato. São sinais que exigem avaliação especializada para descartar complicações mais sérias, como infecções respiratórias ou cardiopatias.
E a síndrome da morte súbita?
Essa é uma das maiores preocupações dos pais, especialmente nos primeiros meses de vida. Embora seja rara, a chamada síndrome da morte súbita do lactente costuma ocorrer antes dos seis meses e é mais comum durante o sono. Para reduzir o risco, coloque o bebê para dormir sempre de barriga para cima, sem travesseiros, cobertores em excesso ou protetores de berço. O ambiente ideal é o quarto dos pais, mas com o bebê em um berço separado.
Durante o dia, com supervisão, é importante deixar o bebê brincar de bruços por alguns minutos – isso fortalece os músculos e ajuda no desenvolvimento motor.
A respiração do bebê pode parecer um mistério no começo, mas com o tempo, tudo vai ficando mais natural. Mantenha o acompanhamento médico em dia, observe com carinho e, acima de tudo, confie na sua intuição. Afinal, ninguém conhece seu bebê melhor do que você.