**Texto por Leandro Nigre, pai dos Joões e da Maria, jornalista, redator publicitário e autor do blog Papai Educa
Existe um erro muito grande em meu comportamento como pai: eu tento ser polivalente e dar conta de tudo o tempo todo. Quero ser presente e participativo na vida escolar, na rotina doméstica, na oferta de afeto, e em proporcionar lazer e bem-estar para minha família. Além disso, sou e me sinto responsável por trabalhar duro para atender às demandas da minha prole, ainda que isso me renda um mísero tempo para descanso.
Estou sempre atarefado demais! Somado a esta entrega, sou detalhista e perfeccionista na minha vida profissional e pouco admito fazer um trabalho mediano se encaro a possibilidade de finalizá-lo de uma forma melhor. E, excessivamente crítico, raramente estou a contento.
A verdade é que o pai e homem que eu sou hoje traz muito do menino que eu fui um dia. O medo de cometer erros e ser punido me trouxe um sentimento de culpa e preocupação constante com as minhas imperfeições. Ainda que a terapia tenha me reorganizado e me feito interpretar muitas questões, eu quero acertar sempre! As próprias metas são quase inalcançáveis.
E não estou só na veia perfeccionista. Em uma sociedade que enfatiza a excelência acadêmica e profissional, vemos uma ascensão do perfeccionismo. E isso não significa que temos uma geração mais feliz e bem-sucedida, mas ao contrário. Entristecida, menos inclinada a admitir falhas e que destrói o seu potencial. Há crianças, jovens e adultos doentes.
Consciente de que o perfeccionismo é uma forma autodestrutiva de se viver e seu domínio emocional involuntário, mesmo com demandas excessivas, eu preciso lutar incansavelmente para me convencer de que fiz o suficiente. Ainda não é natural, orgânico, mas o pai que eu me propus a ser não quer colocar expectativas irreais sobre seus filhos e também já fez as pazes com a criança que foi um dia.
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