
Médico do departamento Materno-Infantil do Hospital Albert Einstein, dr. Claudio Len é nosso braço direito quando surge alguma dúvida sobre a saúde do seu filho.
A queixa de dor de ouvido na infância deve ser sempre valorizada, pois pode estar associada a uma otite, causada por vírus e bactérias. As otites, que estão entre as infecções mais frequentes nos primeiros 2 anos de vida, podem estar relacionadas a problemas auditivos quando são recorrentes e quando o tratamento não é realizado de forma adequada. A forma mais comum da doença é a média, que acomete a parte interna do ouvido, atrás do tímpano, e causa dor de forte intensidade.
Algumas crianças têm várias otites em um curto espaço de tempo, fazendo com que a presença de secreção no ouvido médio seja persistente, com diminuição da audição, transitória ou definitiva. O diagnóstico da doença é clínico e é realizado através da otoscopia. Em algumas situações o tímpano é rompido pelo pus, caracterizando a otite supurativa.
Na otite secretora o muco passa a ser persistente e deixa o ouvido entupido, o que atrapalha a audição. Sempre falo para os pais que o ouvido é um órgão delicado e que o atraso no tratamento de uma otite bacteriana pode ter sequelas. Recomendo que os pais busquem ajuda médica no caso de dor de ouvido, para que uma eventual otite seja
tratada o quanto antes e sem sequelas.
- Em que momento a dor de ouvido pode virar algo mais sério e preocupante? Quais são os sinais que precisamos ficar de olho? Kamila Castro, mãe do Benício e do Joaquim.
Os pais devem ficar alertas em todos os casos de dor de ouvido, mesmo quando a intensidade parece ser baixa. Essa queixa está comumente associada à presença de otite aguda, que pode ser chamada de média, quando a inflamação está por trás do tímpano; e de externa, quando a pele que recobre o canal auditivo está inflamada. De qualquer maneira, recomendo consultar o pediatra para o melhor direcionamento do tratamento.
- Existe algum método caseiro para amenizar a dor que seja realmente perigoso ou que pelo menos funcione? Escuto sempre umas “dicas” e morro de medo! Beatris Ramos, mãe do Bernardo.
A dor de ouvido deve ser controlada com medicamentos analgésicos, como, o paracetamol, o ibuprofeno, o cetoprofeno e a dipirona, entre outros. As medidas caseiras, como calor local ou gotas de óleo dentro do ouvido, não costumam ser efetivas. Além do controle da dor, os pais devem procurar o pediatra para que seja feito um diagnóstico e um tratamento do real motivo da inflamação, que pode ser viral ou bacteriana.
- Meu filho teve otite de repetição. Fizemos tratamento, mas todo ano ele tem pelo menos uma vez. Por que sempre volta? Isso é genético ou tem uma causa específica? Magda Figueiredo, mãe do Matias.
As causas são variadas e incluem alergia respiratória, aumento da “carne esponjosa” e das amígdalas, problemas da tuba auditiva, sinusite crônica e problemas de imunidade. Muitas vezes são necessários exames de sangue e exames radiológicos. O ponto mais importante é saber se elas estão comprometendo a audição. Ressalto que o tratamento deve ser individualizado e pode ser bem diferente de uma criança para outra.
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