David Lloyd é um clínico geral de Londres, e admitiu que têm observado sintomas inéditos em crianças infectadas com a nova variante do coronavírus: Ômicron.
Segundo ele, 15% dos infectados com essa faixa etária apresentaram, além dos sintomas já conhecidos de covid-19, sinais de pele, perda de apetite, fadiga e dor de cabeça. Além disso, para David, esta foi uma observação relatada principalmente entre jovens.
Foi durante uma entrevista ao Sky News que David esclareceu: “Sempre tivemos um pequeno grupo de pacientes com covid-19 que apresentam erupções cutâneas estranhas, mas até 15% das crianças com ômicron tiveram essa erupção de forma incomum”.
E ainda completou, “Estamos começando a aprender um pouco mais sobre o vírus e a olhar para ele. Vamos torcer para que não seja tão mortal quanto a delta e para que possamos superar isso. Mas é um momento preocupante”.
O quê se sabe até agora
Nesta sexta-feira, dia 26 de novembro, a OMS (Organização Mundial de Saúde) anunciou detalhes sobre a nova cepa do SARS-CoV-2, a ômicron, descoberta originalmente na África do Sul há cerca de duas semanas atrás. Recentemente, esta nova variante se tornou motivo cada vez maior de preocupação por parte dos cientistas.
De acordo com eles, a ômicron surpreendeu os pesquisadores por conta da quantidade de mutações que essa cepa apresenta, oito vezes maior do que as demais outras já identificadas e classificadas. A explicação dos cientistas para o número inédito é a de que, pelo fato de apenas 7% dos habitantes do continente africano estarem totalmente vacinados, a disseminação e surgimento do vírus são facilitadas.
Segundo a OMS, a nova cepa descoberta na África do Sul já está circulando em alguns países do mundo. O Brasil ainda não identificou nenhum caso da “variante preocupante”, entretanto a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou que as autoridades adotem restrições de voos a seis países africanos, sendo eles a África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
“A ômicron tem um conjunto de mutações em número inédito na proteína Spike: são 32 alterações entre mutações e deleções, sendo dez na região RBD [principal sítio de ligação às células e um dos principais alvos de anticorpos]. Nas demais variantes de preocupação, esse número de mutações [na Spike] fica entre três e quatro”, explica a OMS.