Testemunha afirmou em novo depoimento que a mãe de Clara, menina de 11 anos que foi espancada até a morte, batia na filha com frequência. A pessoa, que preferiu não se identificar, contou à polícia que mãe e filha não se davam bem, e que ela detestava a menina.
“Não sei explicar o motivo dela não gostar da filha mais nova. Ela realmente odiava a filha”. A testemunha afirmou que a menina apanhava de todos os jeitos possíveis, “Apanhava com madeira, borracha. As outras filhas, geralmente, não apanhavam”, contou.
A pessoa ainda afirmou que o Conselho Tutelar foi diversas vezes chamado para lidar com a situação, e que inclusive chegou a ir na residência da família. “Era para ver se tinha algum hematoma de agressão, mas não pediram pra ver a menina”, conta. “Disseram que, se não fosse feito, iriam recolher as crianças”. Nenhuma das meninas, porém, chegou a realizar os procedimentos.
O caso foi registrado como tortura e morte suspeita na Delegacia Sede de Guarujá. A mãe e responsável pelo crime tentou fugir, mas foi presa na última quarta-feira, 25 de agosto.
Relembre o caso
Uma criança de 11 anos foi morta depois de ser espancada no Guarujá, no litoral de São Paulo, na noite desta última terça-feira, 24 de agosto. A Polícia Civil informou que a mãe da menina é a principal suspeita do crime e fugiu logo após cometer o assassinato, mas foi presa na manhã da quarta-feira, 25 de agosto.
O portal G1 apurou o caso e descobriu que a criança, Clara Regina Pereira Santos, foi encontrada desacordada por volta das 20:20h. O corpo foi achado dentro da casa dela, na Avenida Benedito Lemos, no Morro do Engenho. Clara apresentava claros sinais de espancamento e estava em parada cardiorrespiratória. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros estiveram no local e tentaram reanimar a menina, sem sucesso. O óbito foi constatado no local.
Equipes da Polícia Militar fizeram buscas por toda a cidade e conseguiram localizar a mãe da garota na Rua Mário Daige Filho, no centro, por volta das 9 da manhã. A PM informou que ela não resistiu a prisão e confessou o crime de forma informal às autoridades. Ela então foi algemada e foi levada à Delegacia Sede de Guarujá.
Moradores do local disseram que a criança era constantemente maltratada pela mãe. Dois pedaços de madeira foram encontrados no local e apreendidos pela perícia. Outros filhos da mesma mulher prestaram depoimento à Polícia Civil na companhia de um conselheiro tutelar, assim como o padrasto da vítima.
O caso foi definido como tortura e morte suspeita e o corpo de Clara já foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para o exame necroscópico, para descobrir as causas da morte. As investigações continuam abertas.