Uma mãe paraguaia que vive em Foz do Iguaçu, no Paraná, foi impedida de ver o próprio filho, que ainda está na fase de amamentação, por escolher dar a ele uma dieta vegetariana. A decisão foi tomada pela Justiça do Brasil depois que o pai da criança mover uma ação contra Patrícia Garcia, acusando-a de maus-tratos.
Patricia segue a religião Hare Krishna, que não permite consumo de alimentos de origem animal, escolha que a mãe também implementou à alimentação do filho. Mesmo com laudos médicos comprovando o bom estado de saúde de Sama, que está em fase de amamentação, a Justiça retirou o filho de Patrícia, que passou a viver com o pai.
Para não deixar Sama sem alimento, a mãe retira o leite por meio de uma máquina diariamente e o leva até o portão da casa em que o filho está morando. A entrega é feita sem contato, e Patrícia está há um mês longe do filho. “Era pro meu bebê estar mamando no colo. Ele e eu temos esse direito. Não é nem algo desumano, mas sim inatural. Se essa é natural, deveria ser inviolável”, disse Patrícia em uma live com a cantora e atriz Jana Mokianda.
A mulher conta que o filho é fruto de um relacionamento com um brasileiro e professor na Universidade Federal da Integração Latino-Americana, em Foz do Iguaçu. Ela veio para o Brasil para cursar mestrado em educação. Segundo Patrícia, ela nasceu e foi criada em uma cultura naturalista.”A gente nunca ficou separado desde o dia que ele nasceu, é desumano”, comenta.
As crianças podem seguir esse estilo de alimentação?
Para a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), as crianças podem, sim, ser vegetarianas. E a entidade não está sozinha nessa posição: a Associação Dietética Americana, a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria pensam da mesma maneira.
Na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, a escola primária Active Learning Elementary School foi a primeira a adotar o cardápio vegetariano, depois de observar a preferência dos alunos por essas refeições. A escolha teve a aprovação dos pais e, de 400 crianças, 90% aderiram. A proposta foi adotar uma dieta mais saudável, sem perder nutrientes que são encontrados nas carnes, principalmente nesta fase de crescimento. O cardápio inclui feijão, queijo, tofu, grão-de-bico e molho de gergelim.