Deu positivo no teste de gravidez e as transformações começam a aparecer tanto dentro, como fora do corpo da mulher. Uma delas são as aréolas, que costumam ficar bastante diferentes nesta nova fase. Mas afinal, você sabe para que elas servem? De um modo geral, essa estrutura anatômica faz toda a diferença na amamentação e muita gente acaba descobrindo que está de fato grávida através delas.
Em uma conversa com Cinthia Calsinski, mãe de Matheus, Bianca e Carolina, enfermeira obstetra, consultora de amamentação e colunista da Pais&Filhos desvendamos as principais dúvidas sobre as aréolas, seja na gravidez, antes dela e até mesmo no pós-parto. Confira todas as respostas que você precisa saber sobre o tema:
O que são aréolas? Elas possuem alguma função?
Segundo a especialista, as aréolas podem ser definidas como “estruturas anatômicas das mamas”. A partir delas, o bebê ordenha para conseguir retirar o leite das mamas e assim se alimentar. Para identificar a aréola, é super simples! Ela é a pele mais escura ao redor do mamilo. Nelas, você também pode notar pequenas bolinhas em relevo, que são chamadas de glândulas ou tubérculos de Montgomery.
Como fica a aréola no início da gravidez?
Muitas mulheres descobrem que estão grávidas a partir das aréolas, pois as glândulas ou tubérculos de Montgomery podem aparecer neste momento. As pequenas bolinhas possuem a função de hidratar a região aréolo-mamilar, preparando assim os seios para a amamentação. Dessa maneira, pode impedir também o contato com bactérias, além de evitar a desidratação que causa fissuras no mamilo.
Glândulas de Morgagni x Montgomery
Antes da gravidez, as glândulas ou tubérculos levam o nome de Morgagni, sendo assim pequenos nódulos inofensivos que ficam ao redor das aréolas. Já durante a gestação, elas passam a se chamar glândulas de Montgomery.
Alguns especialistas explicam ainda que os tubérculos de Montgomery podem liberar uma espécie de odor durante a amamentação, guiando assim o bebê até a mama. Dessa maneira, o estímulo olfativo também permite a criação e fortalecimento entre os vínculos de mãe e filho.
Por que você não deve mexer nos Tubérculos de Montgomery?
Apesar de se parecerem com bolinhas ou espinhas, é superimportante não mexer ou cutucar a região, pois pode ser uma porta de entrada para bactérias. Se isso já aconteceu com você, é bastante comum notar a presença de uma espécie de secreção ao apertar a área, pois é liberado o sebo que lubrifica os seios.
Mas, calma! Geralmente a área consegue se regenerar e cicatrizar por si própria. No caso de qualquer outro sintoma de inflamação ou infecção, não hesite em procurar por ajuda médica para investigar a região e também descartar a possibilidade de um câncer de mama.
Por que nasce pelo na aréola?
Calma, ter pelos na aréola é bastante comum e não indicam nenhum problema de saúde. Como recomendação, por ser uma região bastante sensível, a depilação com cera não é recomendada, pois pode machucar e causar algum tipo de fissura. Caso os pelos incomodem, retire-os com o auxílio de uma pinça, lâmina ou depilação a laser feito sempre com especialistas.
Por que a aréola cresce na gravidez?
Na verdade, de acordo com Cinthia Calsinski, ela não cresce, diferente do que muita gente pensa. O que de fato acontece é um aumento da pigmentação. “Com isso, aparece a aréola secundária, que é um escurecimento ao redor da aréola e faz com que ela pareça maior”, explica a especialista.
Quando as aréolas e mamilos começam a escurecer?
Depende. Para algumas mulheres, a mudança é perceptível logo de cara, mas já para outras, pode não ser notado. “Tom de pele e número de gestação são alguns dos fatores que influenciam nessa percepção”, explica Cinthia.
Apesar de ser mais notada após o parto, a coloração pode mudar logo no início da gravidez. Isso acontece por conta de estímulos hormonais, que chegam até mesmo a influenciar na percepção das primeiras mamadas do recém-nascido.
Como a coloração das aréolas influencia na amamentação?
Logo após o nascimento, os bebês enxergam em preto e branco então, a partir do formato redondo, as aréolas escurecidas o atraem para a mamada. “Isso sem contar o cheiro de colostro e leite, que associado a estes fatores tornam o ambiente ainda mais convidativo”, comenta a especialista.
Alguns meses após o parto, a coloração escura dos mamilos e seios tendem a desaparecer sozinhos e voltarem ao normal. Em média, Cinthia explica que na maioria dos casos a tendência é que o clareamento aconteça em aproximadamente três meses. Mas vale lembrar que isso pode depender de cada gestação e de cada mulher!
Mulheres que nunca engravidaram não terão os seios completamente desenvolvidos
É verdade! Isso acontece porque a glândula só termina de se desenvolver na gravidez e, a partir da amamentação e descida do leite, ela fica completa. Mas, calma! Não há problema nenhum que os seios não se desenvolvam completamente e isso não traz nenhum risco para a saúde da mulher.
O que é o mamilo?
O mamilo é a junção dos dutos mamários. Eles ficam no centro das aréolas e, de acordo com Cinthia Calsinski, “são responsáveis pela saído do leite da mama”. Alguns tipos de mamilos podem interferir na amamentação, mas nenhum deles inviabiliza esse processo, ou seja, é possível driblar a situação e conseguir amamentar numa boa!
Quais são os tipos de mamilos?
Mamilos normais: são aqueles também conhecidos como protusos, ou seja, que se sobressaem das aréolas. Costumam enrijecer facilmente e facilitam na amamentação. Vale lembrar que caso a mãe sinta alguma dor quando o bebê estiver mamando, é importante ficar de olho sobre a pega correta para evitar machucados.
Mamilos invertidos: são aqueles virados para dentro dos seios. Neste caso, algumas mulheres podem encontrar alguma dificuldade na amamentação, mas reforçamos que ela não é inviabilizada. A partir da boa pega do bebê, a amamentação pode ser um caminho para tornar este tipo de bico dos seios mais salientes, garantindo que fiquem proeminentes.
Mamilos planos: neste caso, o mamilo costuma ficar na mesma linha da aréola, mas se estimulados ficam da mesma forma dos mamilos normais ou protusos, ou seja, para fora. Por isso, a pega correta do bebê é fundamental na amamentação e deve começar o quanto antes.
Mamilos compridos: por serem bastantes salientes, é superimportante ficar de olho de o bebê não está abocanhando apenas o bico, pois pode causar dor e machucados. Além disso, as posições na hora de amamentar também são essenciais. A mãe pode optar pela tradicional, invertida ou deitada. Caso a mulher esteja cansada e sonolenta, alguém pode estar por perto neste momento, evitando assim acidentes como sufocamentos ou quedas.
Um seio pode ser diferente do outro?
Sim, e geralmente são na maioria dos casos, de acordo com a especialista. “Pode haver maior produção de leite de um lado, ou apenas alteração estética”, comenta Cinthia. Mas, vale lembrar que isso não traz riscos à saúde da mulher e não são um tipo de empecilho.
Quando a mulher coloca silicone pode amamentar normalmente?
De maneira geral, Cinthia Calsinski explica que o silicone “não tem grande influência na amamentação”. Mas, vale ficar de olho no local da cicatriz cirurgia: “O impacto de qualquer cirurgia mamária durante a amamentação só pode ser avaliada no momento pós-parto”. Por isso, se você sentir qualquer tipo de desconforto, procure pelo aconselhamento médico especializado.
Como reconstruir a aréola
Na maioria dos casos de reconstrução da aréola, é possível realizar o procedimento por enxerto de pele, que é menos comum, ou ainda a micropigmentação da região. No primeiro caso, não é possível ter um controle da coloração final do enxerto, pois é feito a partir do enxerto do mamilo da outra mama ou ainda os retalhos de pele da mesma. Já na micropigmentação, a técnica é bastante parecida com uma tatuagem, ficando na coloração ideal.
Quanto custa fazer micropigmentação das aréolas
Para as mulheres que pretendem fazer a reconstrução por causa de um câncer de mama, muitas clínicas costumam oferecer o procedimento de forma gratuita para apoiar a causa. Mas, a micropigmentação pode variar de R$ 400 a R$ 1.000 em média.