Outono chegou e, junto com o clima mais seco e as mudanças de temperatura, começam a surgir também os primeiros sintomas respiratórios entre as crianças. Tosses, espirros e nariz escorrendo viram rotina em muitas casas. Mas por que isso acontece justamente nessa época? A resposta está em uma combinação de fatores: clima, poluição, vírus circulando com mais força e até a rotina das famílias.
A Dra. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista e especialista em alergias respiratórias do Hospital Paulista, explica os principais fatores que fazem com que as doenças respiratórias se tornem mais frequentes no outono e dá dicas importantes para proteger as crianças nessa estação.
As mudanças de temperatura confundem o corpo
Um dia quente, outro gelado, e no mesmo dia, todas as estações em algumas horas. O famoso “esquenta e esfria” é um dos principais vilões do outono. “O sistema respiratório das crianças é mais vulnerável a essas variações, o que facilita o surgimento de doenças respiratórias”, explica a Dra. Cristiane.
Além disso, o aumento da umidade e do tempo seco colabora (negativamente) para a propagação de vírus e bactérias. Ou seja: o corpo fica mais suscetível, e os agentes infecciosos, mais ativos. Combinação perfeita — para as doenças.
Poluição também entra na conta
Outro fator que pesa bastante é a qualidade do ar. No outono, ela tende a piorar, e isso tem um impacto direto na saúde das crianças. “Durante o outono, a qualidade do ar tende a piorar, o que pode irritar as vias respiratórias e tornar as crianças mais suscetíveis a doenças”, alerta a médica.
E não para por aí: fumaça de cigarro — seja dentro de casa ou mesmo ao ar livre — piora ainda mais a situação, especialmente para crianças com alergias ou histórico de problemas respiratórios.

Os vírus passam a circular mais
Outono é praticamente o “carnaval” dos vírus respiratórios. Gripe, resfriado, vírus sincicial respiratório (VSR), adenovírus… todos se espalham com facilidade nessa época. “Esses agentes virais são responsáveis por infecções que vão desde um simples resfriado até quadros mais graves, como a pneumonia”, afirma a Dra. Cristiane.
Como as crianças ainda estão com o sistema imunológico em formação, acabam se tornando alvos mais fáceis desses micro-invasores.
Como prevenir as doenças respiratórias infantis no outono
A boa notícia é que, com algumas mudanças na rotina, é possível reduzir (e muito!) o risco das crianças ficarem doentes. A primeira dica de ouro da médica é investir em uma alimentação equilibrada. “Uma dieta saudável ajuda a fortalecer as defesas naturais do organismo, tornando as crianças menos propensas a infecções”, diz ela. Frutas ricas em vitamina C, vegetais, proteínas magras e alimentos integrais devem fazer parte do cardápio diário.
Higiene continua sendo fundamental
Ensinar bons hábitos de higiene é outra forma eficiente de manter as doenças longe. Incentive seu filho a lavar as mãos com frequência, especialmente ao chegar da rua, antes das refeições e depois de usar o banheiro. Cobrir a boca ao tossir ou espirrar também ajuda a evitar a propagação de vírus.
Além disso, manter os ambientes arejados, evitar aglomerações e priorizar o sono de qualidade e a prática de atividades físicas são atitudes que fazem diferença no fortalecimento da imunidade.
Vacinação é aliada importante
Manter a caderneta de vacinação em dia é essencial, especialmente com a vacina da gripe, que é atualizada todos os anos conforme os vírus em circulação. “É fundamental que os pais evitem que as crianças fiquem em locais com ar abafado, onde vírus e bactérias se proliferam com mais facilidade”, reforça a especialista.
Com esses cuidados simples, mas poderosos, é possível curtir o outono com mais tranquilidade — e menos visitas ao médico. Afinal, saúde também é prevenção!