Muito procurado por quem deseja perder peso ou aliviar a retenção de líquidos, o chá de hibisco se tornou um aliado das dietas saudáveis graças às suas propriedades antioxidantes e diuréticas. No entanto, apesar da fama, esse tipo de infusão pode representar um risco para mulheres que estão tentando engravidar, e especialistas recomendam cautela.
O chá de hibisco tem compostos com ação semelhante ao estrogênio, o que pode causar alterações hormonais importantes”, explica profissionais da área da saúde. Essa característica, conhecida como fitoestrogênica, significa que a bebida é capaz de simular o comportamento do estrogênio natural no organismo. O problema é que esse “disfarce” hormonal pode afetar diretamente o ciclo menstrual, interferindo no processo de ovulação e, consequentemente, dificultando a concepção.
O alerta vale especialmente para quem está na fase de planejamento familiar e quer preparar o corpo da melhor forma possível para uma gestação saudável. O consumo excessivo do chá de hibisco tem sido associado à disfunção na fase lútea – o período entre a ovulação e o início do próximo ciclo menstrual – momento crucial para a fixação do óvulo fecundado no útero.
Ainda que os efeitos possam variar de acordo com o organismo de cada pessoa, especialistas reforçam que não é recomendável incluir o hibisco na dieta sem orientação médica durante a tentativa de gravidez. Mesmo produtos naturais podem trazer consequências quando usados sem critério.

Além da possibilidade de comprometer a ovulação, o consumo do chá de hibisco pode atrapalhar a implantação embrionária. “Essas interferências hormonais afetam o equilíbrio necessário para que o corpo feminino esteja preparado para receber e nutrir o embrião”, afirmam médicos. Por isso, o mais indicado é buscar alternativas que não ofereçam esse tipo de risco.
Chás como os de camomila e gengibre são opções seguras e amplamente utilizadas, desde que haja acompanhamento médico ou nutricional. Eles podem trazer benefícios sem comprometer a fertilidade, ajudando a relaxar, melhorar a digestão e até aliviar sintomas leves de náusea – comuns nas fases iniciais da gestação. Ainda assim, cada organismo responde de forma única, e o melhor caminho é sempre personalizado.
Essa atenção se estende a outros hábitos adotados por quem deseja emagrecer. Práticas como a ingestão exagerada de líquidos ou dietas muito restritivas também devem ser revistas nesse momento. Em vez disso, a orientação é adotar uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes, e manter uma rotina leve de atividades físicas. “Manter o equilíbrio é fundamental para a saúde reprodutiva”, lembram os profissionais.
Outra recomendação importante é evitar o famoso “efeito sanfona” – a oscilação de peso frequente, que pode prejudicar os hormônios e até contribuir para o surgimento de doenças cardiovasculares. Pequenas mudanças no dia a dia, como priorizar alimentos naturais, dormir bem e reduzir o estresse, já fazem grande diferença no preparo do corpo para uma futura gravidez.
Mesmo que o chá de hibisco seja bastante comum em dietas e esteja presente em muitas prateleiras, seu consumo deve ser avaliado com cautela em contextos específicos como o da pré-concepção. Afinal, nessa fase, cada escolha pode impactar o sonho de aumentar a família.
“Nem tudo que é saudável para um objetivo serve para outro”, pontuam especialistas. Assim, antes de adotar qualquer planta medicinal ou suplemento, é fundamental considerar o momento de vida e conversar com um profissional da área. Prevenir é sempre mais seguro – e mais eficaz – do que remediar.