
A quarta palestra do dia ficou por conta de Cláudio Serva, pai de Maria Luiza e fundador do Prazerele. Ele é especializado em sexualidade humana e apresentou o painel “Ajuda para o parceiro e com o parceiro – a retomada da vida sexual”.
O profissional começou lembrando a dificuldade dos homens em pedir ajuda, por conta da cultura machista. Segundo o especialista, muitos acabam se calando por medo do julgamento. Mas ele tira qualquer papel de vítima, e faz críticas a falta de iniciativa masculina.
“A relação do casal se abala depois do nascimento, porque o homem não foi educado a criar empatia pelas mulheres”, opina. Segundo ele, o reforço do discurso “o homem não chora” apenas dificulta que isso seja feito. “Vivemos em uma cultura totalmente patriarcal”, completa.
Claudio mostra que os resultados das pesquisas apontam que a vida real não segue essa idealização, e isso leva a frustração em muitas áreas, uma delas, a sexual. “Ninguém funciona como uma britadeira”, brinca. Para ele, as mulheres já estão mudando esse cenário, mas ainda há muito a ser conquistado.
“Libido é algo finito e que se move.E no pós-parto, está direcionada para o bebê”, comenta. Ele conta isso a partir da experiência que teve dentro de casa e enfatizou que qualquer ato sem consentimento é uma violência e completa: “A necessidade animal do homem acaba destruindo relacionamentos”.
Ele conta que os homens desconhecem a afetividade por conta da criação e faz uma analogia bem humorada: “O cérebro deles funciona como um réptil: ataca, congela ou foge” e garante que a educação machista faz com que guardem mágoas em relação à paternidade.
O especialista não esconde que é fácil nascer homem neste mundo e, até por essa questão muitos não tendem a procurar a mudança. Assim, ele incentiva movimentos que quebram esse estereótipo e reforça: “Obrigado ao feminismo e as feministas, estarei sempre apoiando essa bandeira”.
Ele mostrou a importância de respeitar o seu tempo, esclarecendo que a cobrança não ajuda de forma alguma nesse momento e finalizou garantindo que também é fundamental exigir o respeito, independentemente, do caminho que escolher.
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