Por Lívia Vitale, filha de Nancy e Horácio
De acordo com um estudo realizado entre os anos de 2001 e 2005, o uso do protetor solar na infância e na adolescência diminui o risco de câncer antes dos 40 anos.
O estudo, publicado pelo Journal of the American Medical Association Dermatology, foi baseado em uma pesquisa realizada com 1.700 participantes de três estados da Austrália, país em que o câncer de pele é muito frequente tanto em homens quanto em mulheres.
Para entender o porquê do resultado, conversamos com a dermatologista Valéria Marcondes. Ela explica que a pele da criança é mais sensível à exposição ao sol. Nessa fase, os dois principais mecanismos naturais de proteção contra a radiação solar, a barreira epidérmica e a melanina, são ainda bem diferentes se comparados aos da idade adulta.
“Com a epiderme mais delgada e com a imaturidade da barreira cutânea, associada à limitada produção de melanina, é de se esperar que a resposta da pele da criança à radiação ultravioleta seja distinta”, explica a médica. Além disso, sabemos que as crianças passam boa parte do tempo fazendo atividades externas, expostas ao sol.
Então, unir uma pele mais exposta a uma radiação intensa, pode interferir no material genético das células da pele, desencadeando as mutações e o câncer na fase adulta. Para evitar, o protetor solar é essencial. Ele é um escudo, uma camada protetora que pode absorver, refletir ou dispersar a radiação ultravioleta, impermeabilizando a pele mais sensível das crianças.
Qual protetor solar escolher?
O protetor solar para crianças ser sem fragrâncias ou com fragrâncias suaves não alergênicas, e devem ser compostos por filtros inorgânicos (físicos). É ideal que eles apresentem um elevado FPS (Fator de Proteção Solar), sendo superior a 30, com resistência à água e com proteção UVA balanceada.
Se a desculpa das crianças para não gostarem de usar protetor é a consistência grudenta, nós temos boas notícias: existem inúmeras fórmulas que evitam isso, como a de “oil-free”, de efeito matte e de toque seco. Além disso, existem filtros em bastão, em óleo, gel, spray, emulsão, entre outros.
E o mais importante: faça chuva ou faça sol, o filtro solar deve ser aplicado todos os dias. Não poupe filtro solar na hora de aplicar nas crianças. É essencial que seja uma quantidade generosa. E lembre-se de aplicar meia hora antes da exposição solar e de “reaplicar a cada duas horas de exposição ao sol, após sudorese e contato com a água”, orienta a dermatologista Claudia Marçal.
Importante lembrar que o uso de protetor solar é contraindicado para bebês antes dos seis meses de idade. A pele é ainda muito fina e irá absorver muito o produto, aumentando o risco de reações alérgicas. Por isso, procure proteger o bebê com roupas, chapéus e sombrinhas.
Quais outros cuidados tomar com o sol?
Tomar um banho de sol, sem exageros, não faz mal a ninguém e, inclusive, é muito bom para a nossa saúde. Mas devemos nos atentar a alguns cuidados essenciais:
Horário da exposição
As crianças devem se expor ao sol de duas horas a três horas por dia. Quanto aos horários de exposição, procure evitar o sol das 10h às 16h.
Além do protetor solar
O uso de protetores solares é, de longe, a medida mais indicada para se proteger da exposição solar. Mas além dela, vista seus filhos com roupas e acessórios, ou proteja-os com sombras e guarda-sóis, óculos de sol adequados.
Queimaduras
Caso apareçam vermelhidões na pele, acompanhadas de inchaço e dor, procure passar hidratantes a base de água para diminuir o incômodo. Se bolhas aparecerem ou um quadro de insolação acompanhado por febre, dor, e até desmaio, o atendimento médico deve ser procurado com urgência.
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