Como forma de combater o novo coronavírus, a Organização Mundial da Saúde passou a adotar novas condições sobre o uso de máscaras em crianças. No comunicado, publicado na última sexta-feira, 21 de agosto, acima de 12 anos de idade é recomendado fazer o uso do acessório nas mesmas condições dos adultos.

Com uma série de recomendações, o uso das máscaras foi dividida em três grupos: crianças a partir de 12 anos, de 6 a 11 anos e menores de 5 anos, como forma de diminuir o contágio pelo vírus. Para isso, a OMS se reuniu com diversos especialistas para discutir as novas práticas a serem adotadas.
De acordo com o site da Organização é dito que: “A OMS e o UNICEF aconselham que as crianças a partir dos 12 anos usem máscara nas mesmas condições que os adultos, em particular quando não podem garantir uma distância de, pelo menos, 1 metro de outras pessoas e existe uma transmissão generalizada na área”.
Para as crianças de 6 a 11 anos, a decisão foi baseada nos seguintes fatores:
- Se há transmissão generalizada na área onde a criança reside
- A capacidade da criança de usar uma máscara de forma segura e adequada
- Acesso a máscaras, bem como lavagem e substituição de máscaras em determinados ambientes (como escolas e creches)
- Supervisão adequada de um adulto e instruções para a criança sobre como colocar, tirar e usar máscaras com segurança
- Impacto potencial do uso de máscara na aprendizagem e no desenvolvimento psicossocial, em consulta com professores, pais / responsáveis e / ou profissionais de saúde
- Configurações e interações específicas que a criança tem com outras pessoas que correm alto risco de desenvolver doenças graves, como idosos e pessoas com outras condições de saúde subjacentes
Já para o grupo de crianças menores de 5 anos, o uso da máscara não é obrigatório. A decisão foi tomada a partir dos quesitos de segurança, além da necessidade do mínimo de assistência adequada quanto à utilização do acessório.
Dr. Claudio Len, pai de Beatriz, Silvia e Fernando, concorda com o posicionamento. “Eu acho complicado uma criança de uns 3, 4 anos usando máscara. Acho que tem que ser uma opção sim. Acredito que tudo hoje em dia os pais devem optar: seja escola, máscara, contatos no geral. Logicamente é mais importante que a criança evite contatos sem máscara, em lugar aberto, shopping, etc. O distanciamento é importante, aliás para as crianças acredito que seja até mesmo mais importante que a máscara. Acho uma decisão sensata, mas volto a dizer: deve ser uma opção da família”, diz.
Sobre o tipo de máscara que deve ser usada pelos grupos, a OMS recomenda que sejam as de tecido ou não cirúrgicas, pois “isso fornece controle de origem, o que significa que evita que o vírus seja transmitido a outras pessoas se elas estiverem infectadas e não souberem”.

Além disso, é necessário que “o adulto que está fornecendo a máscara garanta que ela seja do tamanho correto e cubra suficientemente o nariz, a boca e o queixo da criança“. Apenas no caso de fibrose cística, câncer ou imunossupressão, enquanto uma consulta médica ocorre, é necessário o uso da máscara cirúrgica.
Enquanto estiverem praticando esportes ou atividades físicas, “as crianças não devem usar máscara quando correrem, pularem ou brincarem no parquinho, para não comprometer a respiração. Ao organizar essas atividades para crianças, é importante encorajar todas as outras medidas críticas de saúde pública: manter pelo menos 1 metro de distância das outras crianças, limitar o número de crianças brincando juntas, fornecer acesso a instalações de higiene das mãos e estimular seu uso”.
Histórico de recomendação
No domingo, 3 de maio, a Anvisa recomendou que crianças menores de dois anos não fizessem o uso de máscara, pois havia o risco de sufocamento. Além disso, chegou-se a discutir que pela dificuldade de manusear o acessório, os bebês poderiam não avisar os pais sobre a perda do ar, além de não conseguirem retirar o objeto sozinho. Mas, a partir do novo comunicado da Organização Mundial da Saúde, a idade foi estendida para crianças menores de 5 anos.