Sarí Corte Real foi indiciada por abandono de incapaz que resultou na morte do menino Miguel Otávio, de 5 anos, que faleceu ao cair do 9° andar de um prédio de luxo em Fortaleza. O inquérito policial foi concluído nesta quarta-feira, 1° de julho e, segundo o que o delegado Ramon Teixeira, responsável pela investigação, disse ao G1, a moradora do prédio cometeu um “crime preterdoloso”. A pena pode ser de quatro a 12 anos de prisão.
Neste tipo de crime, o indicado comete um delito diferente do que pretendia cometer. Ramon Teixeira disse que a conduta de permitir o fechamento da porta do elevador foi dolosa, mesmo que Sarí não pensasse na possibilidade de que isso resultaria na morte de Miguel.
Ele também disse que a decisão foi tomada por que a ex-patroa não se preocupou em acompanhar a movimentação do elevador pelo visor que fica no andar, mas sim, retornou diretamente ao apartamento, onde estava fazendo as unhas com uma manicure. “Ela não fez o acompanhamento, ela própria admite isso. A isso, somados a outros elementos de prova, como o depoimento da manicure, de que a moradora retorna ao seu apartamento para retomada dos serviços de manicure, o tratamento e embelezamento de suas unhas. Frases consignadas nos autos de que não teria responsabilidade sobre a criança, que deixou a criança ir passear. Uma infinidade de elementos de convicção reunidos que nos fez considerar o dolo de abandonar”, declarou o delegado em uma coletiva de imprensa.
Relembre o caso
Miguel Otávio, tinha 5 anos de idade, e faleceu após cair do 9º andar de um prédio localizado no centro de Recife. A morte do menino vem causando muitas repercussões. Acontece que Miguel era filho da empregada da residência e estava com a patroa da mãe que alegou um acidente. A mulher foi pega em flagrante nesta terça-feira, 2 de junho, foi acusada de homicídio culposo e saiu da prisão após pagar fiança de 20 mil reais. As autoridades alegaram que foi um caso de negligência.
A mulher cuidava do menino enquanto a mãe passeava com os cachorros na rua. Mirtes Rena, mãe do garoto, disse em entrevista à Globo: “Ela confiava os filhos dela a mim e a minha mãe. No momento em que confiei meu filho a ela, infelizmente ela não teve paciência para cuidar, para tirar [do elevador]. Eu sei, eu não nego para ninguém: meu filho era uma criança um pouco teimosa, queria ser dono de si e tudo mais. Mas assim, é criança. Era criança”.