O nascimento de um filho costuma ser um dos momentos mais marcantes da vida — e para Tracy, mãe de seis, foi mesmo. Mas não exatamente do jeito que ela esperava. Logo após o parto do seu caçula, Sebastian, ela começou a sentir algo estranho: tremores no corpo, fraqueza, dificuldade para se manter em pé e o pé direito que simplesmente se recusava a obedecer. Na hora, achou que podia ser um AVC. Mas a verdade era ainda mais surpreendente.
Tracy, hoje com 52 anos, viu sua rotina virar de cabeça para baixo quando, aos 43, recebeu um diagnóstico raro: Parkinson de início precoce. Sim, você leu certo — Parkinson. Uma condição que normalmente aparece só depois dos 60 anos, mas que resolveu dar as caras bem no meio da maternidade intensa de Tracy.
Mas afinal, o que é a doença de Parkinson?
A doença de Parkinson é uma condição neurológica progressiva que afeta o controle dos movimentos do corpo. Ela acontece quando há uma diminuição na produção de dopamina — uma substância química que ajuda os neurônios a se comunicarem e controlarem ações simples, como caminhar, falar ou até segurar uma caneta. Os sintomas mais comuns incluem tremores, rigidez muscular, lentidão nos movimentos e, com o tempo, dificuldades na fala e no equilíbrio. E embora seja mais comum em pessoas com mais idade, o Parkinson também pode aparecer antes dos 50 anos — o chamado “Parkinson de início precoce”.
O corpo dava sinais, mas ela estava ocupada demais para notar
Durante a gestação de Sebastian, Tracy já sentia algo fora do comum. Mas com um bebê que nasceu com um tumor no fígado, ela acabou deixando sua própria saúde em segundo plano. Entre exames, idas ao hospital e noites em claro, os sinais foram se intensificando: tremores do lado direito, rigidez nos músculos e cansaço extremo. Ela até tentou balançar o berço com o pé, mas passou a ter dificuldades com os movimentos do corpo.
Foi só três meses depois do parto que ela decidiu procurar ajuda. No hospital, os médicos logo descartaram um AVC após exames de imagem. O diagnóstico definitivo só veio nove meses depois, com um exame específico que revelou níveis baixos de dopamina — confirmando o Parkinson precoce.
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Um diagnóstico que mudou tudo, mas não parou nada
Receber esse tipo de notícia nunca é fácil, principalmente quando se tem uma casa cheia e uma agenda que não dá trégua. Para piorar, pouco tempo depois de saber da própria condição, Tracy ainda descobriu que seu pai estava com um câncer agressivo.
Mas com o tempo, ela encontrou força onde menos esperava: nas redes sociais. Grupos no Facebook reunindo outras pessoas com Parkinson ajudaram Tracy a se sentir menos sozinha. E mais do que isso: mostraram que ainda era possível ter alegria, planos e momentos especiais — mesmo nos dias difíceis.
A nova rotina: medicação e adaptações
Hoje, Tracy precisa lidar com rigidez muscular, lentidão e dores intensas ao acordar. Às vezes, precisa de uma bengala para se locomover, mas isso não a impede de levar os filhos para a escola ou de aproveitar momentos em família. Com os remédios certos, ela consegue se sentir melhor por algumas horas e, nesse tempo, aproveita o máximo que pode com os filhos e netos.
A rotina exige remédios a cada duas ou quatro horas, mas ela não deixa a doença definir seus dias. Pelo contrário: criou até uma conta no TikTok (@tracywhite41) para compartilhar sua rotina e mostrar que, sim, ainda dá para se divertir e inspirar outras pessoas — mesmo com um diagnóstico que, no início, parecia assustador.
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Informação é poder (e também apoio)
Tracy decidiu contar sua história para ajudar a divulgar o Mês de Conscientização sobre o Parkinson, que acontece todo mês de abril. Ela sabe como é importante conversar sobre saúde, especialmente com outras mães e pais que, muitas vezes, esquecem de olhar para si mesmos enquanto cuidam de todo mundo.
Sua mensagem é clara: é possível viver com uma condição crônica e ainda assim aproveitar a vida, com apoio, amor e muita informação. Afinal, o que define alguém não é uma doença — mas a forma como ela escolhe viver.